O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, subiu 0,26% em junho, abaixo da taxa de 0,36% registrada em maio, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (26) pelo IBGE. O resultado indica leve desaceleração, mas ainda reflete pressões localizadas, principalmente no grupo Habitação, que avançou 1,08% e foi o maior responsável pelo aumento do índice, com impacto de 0,16 ponto porcentual.
O destaque da alta foi a energia elétrica residencial, com avanço de 3,29% e impacto de 0,13 ponto porcentual. O reajuste é consequência da entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. A elevação também incorporou aumentos regionais, como os reajustes de 7,36% em Belo Horizonte, 3,33% em Recife e 2,07% em Salvador.
No grupo Vestuário, o IPCA-15 registrou alta de 0,51%, puxada principalmente pelas roupas femininas (0,66%) e calçados (0,49%). Já no grupo Saúde e Cuidados Pessoais, o destaque foi o reajuste de planos de saúde (0,57%).

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Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas apresentou queda de 0,02%, a primeira após nove meses consecutivos de alta. A retração foi influenciada pelos preços mais baixos de itens como tomate (-7,24%), ovo de galinha (-6,95%) e arroz (-3,44%). A alimentação no domicílio caiu 0,24%, compensando parcialmente a alta de 0,55% na alimentação fora do lar, especialmente nas refeições (0,60%).
No grupo Transportes, houve leve alta de 0,06%. O resultado foi influenciado por reajustes em tarifas de ônibus urbanos em algumas capitais, como Brasília (21,54%) e Belém (11,52%). Já os combustíveis tiveram queda de 0,69%, com recuos nos preços da gasolina (-0,52%), etanol (-1,66%) e diesel (-1,74%).
No recorte regional, Recife registrou a maior variação (0,66%) devido às altas da energia elétrica e da gasolina, enquanto Porto Alegre teve a menor (-0,10%), impactada pelas quedas no tomate e nos combustíveis.
O IPCA-15 acumulado em 12 meses ficou em 5,27%, abaixo dos 5,40% registrados nos 12 meses anteriores. Já o índice trimestral (IPCA-E) ficou em 1,05%, praticamente em linha com o mesmo período de 2024 (1,04%).