Em uma escalada sem precedentes no conflito do Oriente Médio, os Estados Unidos confirmaram, no último sábado (21), a realização de bombardeios a três instalações nucleares iranianas, em operação conjunta com Israel. Os alvos, localizados em Fordow, Natanz e Isfahan, são considerados estratégicos para o programa atômico do Irã. Segundo o governo norte-americano, a ação visou neutralizar a capacidade nuclear iraniana, utilizando bombas antibunker lançadas por aeronaves B-2, em uma das maiores ofensivas do tipo já realizadas.
A ofensiva ocorreu em resposta à troca de ataques entre Israel e Irã desde o dia 13 de junho. O Irã lançou mísseis contra cidades israelenses como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém, após Israel atingir supostos alvos nucleares em território iraniano. Mais de 240 pessoas já morreram, e milhares ficaram feridas.
A reação iraniana não tardou: o Parlamento aprovou o bloqueio ao Estreito de Ormuz, por onde transita cerca de 30% do petróleo mundial. A medida, porém, ainda aguarda ratificação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei. O temor de uma interrupção no fluxo da commodity elevou o alerta nos mercados internacionais.
Em pronunciamento, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que novas ações serão tomadas caso Teerã não cesse o programa nuclear e os ataques contra Israel. Israel, por sua vez, classificou a operação como necessária para conter ameaças na região.
A comunidade internacional acompanha com apreensão os desdobramentos. O Irã convocou o Conselho de Segurança da ONU para uma reunião de emergência, enquanto potências como China e Rússia mantêm postura cautelosa. No campo militar, analistas destacam o simbolismo e a complexidade da operação americana, realizada com armamento específico para destruição de estruturas subterrâneas, um indicativo da seriedade do momento geopolítico.
Com o risco de um conflito mais amplo e possíveis impactos no fornecimento global de energia, os olhos do mundo permanecem voltados ao Oriente Médio.