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Recorde de empregos com carteira assinada reforça consumo e adia corte de juros

Brasil atinge 39,8 milhões de trabalhadores CLT e desemprego cai a 6,2%; cenário aquece a economia, mas dificulta o controle da inflação e pressiona o Banco Central.

O mercado de trabalho brasileiro segue mostrando força em 2025. Dados da Pnad Contínua divulgados nesta sexta-feira (27) pelo IBGE revelam que o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu um recorde histórico, somando 39,8 milhões de pessoas no trimestre encerrado em maio. No mesmo período, a taxa de desemprego recuou para 6,2%, o menor patamar desde 2014.

A recuperação do emprego formal e o aumento da massa salarial — que chegou a R$ 354,6 bilhões, também em nível recorde — estão impulsionando o consumo e alimentando a inflação, sobretudo nos serviços. O rendimento médio real ficou estável em R$ 3.457, mas o crescimento da ocupação sustenta o avanço da renda total disponível.

Segundo economistas de bancos e gestoras, esse quadro reforça a atividade doméstica, tornando mais difícil o início de um ciclo de cortes na taxa básica de juros. Para o economista Rodolfo Margato, da XP, os dados indicam que o mercado de trabalho continuará aquecido no curto prazo, mantendo os custos do trabalho elevados e dificultando o arrefecimento da inflação.

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Apesar dos números positivos, há alertas quanto à qualidade do emprego gerado. Especialistas apontam que boa parte das novas vagas tem surgido em setores de baixa produtividade e no mercado informal, o que pode comprometer o crescimento sustentável do país. Pedro Ros, CEO da Referência Capital, ressalta que “há uma estabilidade no emprego, mas ainda sem o dinamismo necessário para ganhos reais de renda e produtividade.”

Outros analistas destacam que, embora o consumo esteja aquecido, o crédito desacelera. Dados recentes do Banco Central mostram queda na concessão de crédito e alta na inadimplência, o que pode moderar o ritmo de expansão econômica nos próximos meses.

A economista Claudia Moreno, do C6 Bank, projeta que o Brasil encerre o ano com taxa de desemprego próxima a 5,5%, nível historicamente baixo. Já Igor Cadilhac, do PicPay, estima um fechamento em 6,4%, ainda dentro de um cenário considerado robusto para o mercado de trabalho.

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