A economia dos Estados Unidos registrou retração mais profunda do que o inicialmente estimado no primeiro trimestre de 2025. Segundo dados revisados do Departamento de Comércio, divulgados nesta quinta-feira (26), o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,5% em ritmo anualizado entre janeiro e março, pior que a queda de 0,2% apontada na estimativa anterior.
A revisão negativa reflete, sobretudo, um desempenho mais fraco do consumo das famílias, cujos gastos cresceram apenas 0,5%, ante os 1,2% informados anteriormente. O recuo também foi agravado por distorções geradas pelas tarifas de importação implementadas pelo governo Trump. Empresas antecipam compras de mercadorias, especialmente veículos, antes da entrada em vigor das novas tarifas, o que causou um descompasso entre a demanda e a oferta nos meses seguintes.

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Outro fator relevante foi a explosão das importações no fim de 2024 e início de 2025, o que impactou diretamente o balanço comercial do país e, consequentemente, o PIB. A demanda doméstica também foi revisada para baixo, de 2,5% para 1,9%.
Apesar da retração no primeiro trimestre, as projeções do Federal Reserve de Atlanta indicam uma possível recuperação no segundo trimestre, com expectativa de crescimento de 3,4%. No entanto, especialistas pedem cautela: os dados mais recentes de vendas no varejo, mercado de trabalho e setor imobiliário sugerem um ritmo de desaceleração mais amplo na economia.
Com o fraco desempenho, aumentam as pressões sobre a política monetária americana e o debate sobre cortes de juros. O cenário reforça as incertezas sobre a sustentabilidade do crescimento nos próximos trimestres, especialmente em um contexto de política comercial agressiva e inflação persistente.