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Inflação na zona do euro atinge meta do BCE e abre caminho para novo corte de juros

Com avanço de 2% em junho, inflação volta ao nível-alvo, mas alta persistente nos serviços e guerra comercial com os EUA mantêm incertezas no horizonte econômico europeu.

A inflação nos 20 países da zona do euro voltou à meta de 2% estabelecida pelo Banco Central Europeu (BCE) em junho, após ter registrado 1,9% em maio. O resultado, divulgado nesta terça-feira (2), confirma o arrefecimento da era de preços descontrolados e realinha as expectativas do mercado com as projeções da autoridade monetária, embora ainda haja sinais de tensão no cenário econômico.

A leitura de junho foi impulsionada pela inflação de serviços, que subiu de 3,2% para 3,3% no mês, com um avanço mensal de 0,7%. Em contraste, os preços de energia e de bens industriais seguem em trajetória de baixa, o que ajuda a manter o índice geral dentro da meta. Já a inflação subjacente — que exclui itens voláteis como alimentos e combustíveis — permaneceu em 2,3%, também em linha com o previsto.

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Mesmo após ter cortado os juros recentemente, o BCE ainda debate a necessidade de novos estímulos monetários para sustentar o crescimento, diante do risco de uma inflação que pode se tornar excessivamente baixa. Os mercados financeiros esperam que o próximo movimento da autoridade seja um novo corte da taxa básica para 1,75%, seguido de um período de estabilidade antes de qualquer possível ajuste para cima, somente no final de 2026.

O pano de fundo, no entanto, é de cautela. A guerra comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos, intensificada pelas políticas protecionistas do governo Trump, contribuiu para a queda dos preços da energia e para a valorização do euro — efeitos que têm aliviado a inflação, mas ao custo de minar a confiança econômica do bloco.

Nesse contexto, a inflação dentro da meta não é motivo de euforia, mas de vigilância. A pressão nos serviços e a fragilidade no crescimento mantêm o BCE em alerta, com decisões futuras fortemente atreladas aos desdobramentos geopolíticos e ao comportamento da inflação doméstica.

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