A inflação ao consumidor dos Estados Unidos avançou menos do que o esperado em setembro, fortalecendo as apostas de que o Federal Reserve deve promover um novo corte na taxa de juros na próxima reunião. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu 0,3% no mês, após aumento de 0,4% em agosto. Em 12 meses, a alta chegou a 3,0%, ligeiramente acima dos 2,9% registrados no período anterior, mas ainda abaixo do consenso de mercado, que projetava 3,1% no acumulado.
O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia e é acompanhado de perto pelo Fed, também mostrou desaceleração: avançou 0,2% no mês, após 0,3% em agosto, acumulando alta de 3,0% em 12 meses. O dado reforça o movimento gradual de arrefecimento da inflação norte-americana, aproximando-a do objetivo de 2% da autoridade monetária.

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A divulgação ocorreu mesmo diante do bloqueio temporário de dados econômicos motivado pela paralisação do governo, pois o relatório era necessário para o cálculo do ajuste do custo de vida que impactará beneficiários da Previdência Social em 2026. Segundo analistas, o repasse das tarifas de importação impostas pelo governo Trump segue sendo um fator de pressão, ainda que absorvido parcialmente por empresas e consumidores. Até o momento, estima-se que cerca de 20% do impacto já tenha chegado ao consumidor final.
Com estoques mais baixos após o segundo trimestre, varejistas como Walmart já relatam aumento nos custos de reposição de produtos, em patamares pós-tarifas, um movimento que tende a manter os preços pressionados pelos próximos trimestres. A curva de preços, segundo economistas, deve seguir uma trajetória de alta moderada até 2026.
Com o cenário mais benigno para a inflação, o mercado espera que o Fed reduza novamente a taxa de juros em 25 pontos-base na próxima quarta-feira, levando o intervalo para 3,75% a 4,00%. O movimento reforçaria o ciclo de flexibilização monetária iniciado recentemente.




