O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), divulgado nesta segunda-feira (24) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou uma forte alta de 0,96% em junho, acelerando expressivamente em relação aos 0,26% de maio. No acumulado de 12 meses, o indicador atingiu 7,19%, quase o dobro da taxa observada no mesmo período do ano passado (3,77%).
O principal fator por trás dessa disparada foi o aumento nos custos com mão de obra, cuja variação saltou de 0,72% em maio para 2,12% em junho. O movimento reflete, em parte, acordos coletivos firmados com categorias do setor, além da pressão constante de reajustes salariais em um ambiente de inflação persistente.
O grupo Materiais, Equipamentos e Serviços também contribuiu para o avanço do índice, ao reverter a queda de -0,07% no mês anterior e subir 0,13% em junho. A alta foi puxada pelo subgrupo materiais para instalação, que passou de uma retração de 1,33% para uma elevação de 0,31%. No grupo Serviços, a aceleração foi ainda mais intensa, passando de 0,40% para 0,74%, com destaque para o item conta de energia elétrica, cuja taxa subiu de 2,20% para 3,76%.

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A análise regional mostra que, com exceção de Salvador e Rio de Janeiro, todas as capitais pesquisadas apresentaram aceleração nas taxas de variação do índice. Em cidades como São Paulo, Brasília, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre, o aumento dos custos foi mais expressivo, refletindo pressões locais sobre insumos e mão de obra.
A combinação de custos crescentes em diferentes frentes: materiais, energia e salários; reforça os desafios do setor de construção civil, que já enfrenta restrições de crédito e menor ritmo de lançamentos. Com o INCC-M em patamar elevado, o impacto é sentido diretamente em financiamentos imobiliários atrelados ao índice e pode inibir novos investimentos no curto prazo.