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Copom indica pausa no ciclo de alta, mas mantém tom duro para conter inflação elevada

Após elevar a Selic para 15%, BC sinaliza que manterá juros altos por um período prolongado; projeções de inflação seguem acima da meta até 2026.

O Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou nesta terça-feira (25), por meio da ata da última reunião, que pretende interromper o atual ciclo de alta da Selic, após a decisão de elevar a taxa básica em 0,25 ponto percentual, de 14,75% para 15% ao ano. A decisão, considerada hawkish, veio em resposta ao cenário de inflação persistentemente acima da meta, com projeções de 4,9% para 2025 e 3,6% para 2026.

Segundo o documento, os diretores do Banco Central avaliam que o nível atual da Selic, caso mantido por um período “bastante prolongado”, pode ser suficiente para garantir a convergência da inflação à meta. Entretanto, o colegiado alertou que segue vigilante e não hesitará em retomar os aumentos se julgar necessário. A postura reflete um ambiente ainda desafiador, marcado por expectativas desancoradas, atividade econômica resiliente e pressões no mercado de trabalho.

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O tom firme da comunicação contrasta com as projeções de mercado. Na segunda-feira (24), as expectativas coletadas no relatório Focus já indicavam manutenção da Selic em 15% até o fim de 2025. Até a semana anterior, o consenso ainda apontava estabilidade em 14,75%, o que demonstra como a decisão surpreendeu parte dos analistas.

Além disso, a ata reiterou as premissas do cenário base adotado pelo BC: câmbio partindo de R$ 5,60, bandeira verde de energia elétrica e petróleo seguindo a curva futura pelos próximos seis meses, com reajuste de 2% ao ano a partir daí. Com esse pano de fundo, o Copom estima inflação de 5,2% para os preços livres e de 3,8% para os administrados em 2025, ambas acima da meta de 3%.

A sinalização de pausa no ciclo de alta é, portanto, condicionada a uma melhora nos fundamentos inflacionários. Qualquer sinal de deterioração pode levar a novas elevações na taxa de juros, que hoje é uma das mais altas do mundo em termos reais.

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