Os preços da indústria nacional recuaram 0,20% em agosto na comparação com julho, marcando a sétima queda consecutiva após uma sequência de 12 altas entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025. Com isso, o Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado nesta quinta-feira (10) pelo IBGE, acumula retração de 3,62% no ano e avanço de 0,48% em 12 meses.
Entre as 24 atividades industriais pesquisadas, metade registrou variações negativas em agosto. Os maiores recuos ocorreram em perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,66%), madeira (-1,59%) e papel e celulose (-1,42%). O gerente do IPP, Alexandre Brandão, destacou que o resultado de agosto foi o menos intenso desde abril e que a queda foi influenciada por setores de grande peso, como alimentos, metalurgia, indústrias extrativas e refino.

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O setor de alimentos, que representa uma das maiores participações no índice, teve nova variação negativa de 0,44%, a sétima do ano. Apesar disso, a intensidade da queda foi menor em relação aos meses anteriores. No acumulado de 2025, o setor já apresenta retração de 7,55%, enquanto em 12 meses registra leve alta de 1,45%. Brandão ressaltou que a safra tem sido um fator determinante para a redução dos preços, especialmente em produtos como açúcar, soja e arroz.
Os produtos químicos também contribuíram para o resultado negativo, com recuo de 0,08 ponto percentual na variação geral. O segmento acumula queda de 0,26% no ano, após reverter o sinal positivo observado até julho. Já as indústrias extrativas registraram baixa de 1,39% no mês, impactadas principalmente pela redução nos preços do petróleo e do gás natural, ainda que o minério de ferro tenha apresentado alta.
Na análise por grandes categorias econômicas, os bens intermediários e de consumo foram os principais responsáveis pelo resultado geral. Os bens de consumo, que representam mais de 38% da composição do índice, tiveram retração de 0,40%, refletindo a desaceleração dos preços de produtos voltados ao mercado interno.